Carro autônomo usado na viagem de 15 mil km entre Itália e China. (Fonte da imagem: Divulgação/VIAC)
Se você já assistiu ao filme “Minority Report – A Nova Lei” deve se lembrar das cenas em que carros sem motoristas trafegam pela cidade. Esta e muitas outras obras da ficção científica povoam a imaginação de pessoas de todo o mundo, mas, de acordo com um dos mais respeitados institutos de engenharia do planeta, isso pode se tornar realidade em médio prazo.
Em entrevista ao site da revista Exame, o engenheiro Alberto Broggi, professor da Universidade de Parma, na Itália, e membro sênior do Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEEE), afirmou que até 2040, 70% da frota mundial de veículos deve ser composta por carros autônomos.
O cientista apontou, inclusive, que a tecnologia existente hoje já permite o uso deste tipo de veículo em diversas situações. “A tecnologia de câmeras, radares e lasers que existe hoje já é suficiente para que estes veículos sejam capazes de se conduzir de maneira autônoma em várias circunstâncias”, afirmou.
Ele chegou a essa conclusão após um teste feito há dois anos, quando um comboio de carros inteligentes da equipe do Laboratório de Visão Artificial e Sistemas Inteligentes percorreu 15 mil quilômetros entre a Itália e a China.
Imprevisibilidade: o grande empecilho
Se a tecnologia atual já é o suficiente em diversas situações, qual o entrave para que seja implementada em grande escala? Broggi afirmou que o grande empecilho são as situações não calculáveis que podem ocorrer, para as quais os veículos ainda não estão prontos. A solução, então, seria aprimorar os testes em várias delas para que saídas sejam encontradas.
Carros públicos e sem motoristas
Outra previsão curiosa de Broggi é sobre como será a “distribuição” de veículos no futuro. Ele acredita que a época dos carros privados está no fim, e que, em breve, eles serão públicos. Nessa circunstância, a pessoa usaria o veículo e então devolveria para que outros pudessem utilizá-lo, como ocorre com bicicletas em alguns países europeus.
Isso porque, segundo ele, os carros permanecem desocupados por quase 90% do tempo, o que justificaria o “carro público”. Vale considerar ainda que se a ideia não vingar dessa forma, a possibilidade de transporte público autônomo também parece ser viável.
Trânsito operado por rádio
Para quem teme qualquer mudança na estrutura do trânsito como conhecemos hoje o pesquisador italiano dá um alento. A mudança mais drástica seria a extinção dos semáforos, pois o trânsito seria controlado por ondas de rádio. Os carros, equipados com sensores, saberiam exatamente quando parar em um cruzamento, por exemplo.
Mesmo a forma dos veículos deve permanecer inalterada. “Estamos trabalhando com sensores pequenos e tentando mantê-los escondidos. Nosso carro é como qualquer outro, ninguém percebe a diferença”, disse Broggi à revista.
E você, o que acha da ideia de carros sendo guiados sem motoristas “de verdade”?
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